Investigação revela ligação de próximos de Trump e de Isabel II a 'offshores'

A rainha de Inglaterra, o secretário do Comércio dos EUA e Madonna investem ou evitam impostos através de paraísos fiscais.

São os paradise papers e constituem a mais recente fuga de documentos relacionados com paraísos fiscais, revelando como a rainha Isabel II investe no estrangeiro, as ligações de elementos de colaboradores próximos de Donald Trump com a Rússia, como um conselheiro do primeiro-ministro canadiano movimentou milhões de dólares para offshores ou, ainda, as manobras de empresas como a Apple para iludirem deveres tributários.

Os paradise papers ou documentos do paraíso resultam de um trabalho do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (CIJI) que, em abril de 2016, já revelara os documentos do Panamá, relativos a centenas de milhares de empresas baseadas em paraísos fiscais. A nova investigação assenta na análise de quase 13,5 milhões de documentos obtidos na maioria junto da firma de advogados Appleby, abrangendo um período que vai de 1950 a 2016, e os seus resultados começaram ontem a ser divulgados. A segunda firma da qual foram obtidos documentos é a Asiaciti Trust, de Singapura, e com escritórios nas principais offshores.

A Appleby tem representações em quase todos paraísos fiscais, das Bermudas a Hong Kong e de Xangai às ilhas de Man, Jersey e Guernsey, no canal da Mancha, às ilhas Caimão, Seychelles e Maurícia. Tem como clientes multinacionais, grandes empresas e personalidades ligadas às elites económica, política e dos espetáculos, sendo a grande maioria americanos. E entre as revelações já conhecidas algumas envolvem importantes figuras da administração Donald Trump. Caso dos secretários do Comércio, Wilbur Ross, e de Estado, Rex Tillerson. Mas o caso que causou maior surpresa e indignação foi o facto de a rainha Isabel II realizar investimentos através de um fundo das Caimão em empresas controversas, tendo uma delas ido à falência, com dívidas fiscais ao Estado britânico de quase 20 milhões de euros. Uma outra figura de uma monarquia, a rainha Noor da Jordânia, vê o nome ligado a dois fundos de investimentos na ilha de Jersey. Ainda no continente americano, um nome que surge é o de Stephen Bronfman, amigo íntimo e conselheiro do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, que movimentou milhões de dólares através da Appleby para um fundo nas ilhas Caimão. Isto para evitar impostos no Canadá e noutros países.


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