China pronta para fornecer países africanos com sistema completo de defesa, diz imprensa oficial

Os comentários surgem numa altura em que a indústria militar chinesa regista a maior participação de sempre na exposição de equipamento aeronáutico e de defesa para África (AAD), que se realiza na cidade sul-africana de Tsuane.

Os produtos expostos pelas firmas chinesas incluem misseis, navios, veículos aéreos não tripulados, radares e equipamento para combate no terreno, que "podem atender às necessidades das forças terrestres, navais e aéreas", segundo um comunicado da Administração Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria de Defesa Nacional da China.

"A cooperação entre China e África não se limita à construção de infraestruturas, investimento ou comércio. A segurança nacional também é um aspeto importante", afirma Xu Guangyu, consultor na Associação de Controlo de Armas e Desarmamento da China, citado pelo Global Times, jornal em inglês do grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês.

Xu lembra que o armamento chinês atrai compradores africanos por ter uma relação preço-qualidade única, incluindo na manutenção e treinamento de pessoal.

A AAD é a maior exposição de armamento em África e realiza-se a cada dois anos.

A presente edição conta com a participação de 300 empresas, oriundas de 37 países e regiões, incluindo os Estados Unidos, a Rússia e países europeus, tradicionais fornecedores de armas do continente.


"Se um país africano quiser fazer uma atualização integral do seu exército, os produtos chineses expostos são suficientes para responder a todas as necessidades", afirma Wei Dongxu, analista militar baseado em Pequim, citado pelo Global Times.


Entre 2013 e 2017, as exportações chinesas de armamento para África aumentaram 55%, face aos cinco anos anteriores, segundo o Instituto Internacional de Investigação sobre a Paz de Estocolmo.


A mesma fonte detalha que, durante aquele período, a importação de armas pelos países africanos caiu 22%, aumentando a quota da China nas exportações para o continente de 8,6% para 17%.


Com uma quota de 39%, a Rússia continua a ser o maior fornecedor. Os EUA compõem 11% das vendas.


Os dados mais recentes do Registo de Armas Convencionais das Nações Unidas revelam que a China vendeu 24 tanques de guerra à Tanzânia e 30 ao Chade, em 2013.


Veículos de combate blindados são também um dos artigos militares mais vendidos pela China ao continente. A Gana e o Namíbia importaram 76 e 21, respetivamente, em 2009, e o Quenia 32, em 2007. Entre os clientes consta ainda Moçambique.


Aviões de combate e drones são outros dos artigos vendidos pela China, sobretudo à Nigéria, Tanzânia, Zâmbia, Bolívia, Namíbia, Zimbabué e Gana, enquanto Marrocos, Sudão e Iémen compraram misseis e lançadores de mísseis ao país asiático.


As autoridades de Pequim e de dezenas de países africanos comprometeram-se a aumentar os laços na defesa, durante fórum de Defesa e Segurança China/África, organizado este verão, em Pequim.


Na AAD participam seis empresas chinesas de armamento, incluindo a China National Aero-Technology Import & Export Corporation e a China Shipbuilding Trading Co Ltd (CSTC).


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