ICCA quer apostar no futuro das 35 crianças institucionalizadas e proporcionar-lhes melhores condições nos centros

Tendo no Centro de Emergência infantil 22 crianças e no Centro Juvenil Nhô Djunga 13 adolescentes, o ICCA, segundo o delegado Humberto Bruno Delgado, tenta conduzir a superação dos mesmos, apresentando-lhes condições físicas e sociais, para que o passado não condicione o seu futuro.

“Quase todas as crianças que ingressam no instituto passaram por alguma situação de violência, agressividade, abuso, desordem e podem sentir-se traumatizados, abandonado e rejeitados e é exatamente o que precisa ser trabalhado para que não permaneçam vítima da sociedade”, assegurou o delegado, em entrevista à Inforpress.

Apesar do estigma criado pela sociedade em diferentes ocasiões, Humberto Bruno Delgado indicou que há todo um trabalho psicológico feito em torno destas crianças, além de conhecerem a própria história, para que seja um estímulo para a sua vida.

“Estando aqui, há uma grande quantidade de pessoas que conhecem, o número de profissionais que passam pelas suas vidas, pelos tipos de formação que encontram aqui e quando percebemos que o caminho não é mais o académico, é encaminhada para formação para aprender um ofício”, enumera o responsável pelo instituto em São Vicente.

O atletismo e as artes marciais têm sido outras ocupações que a instituição percebeu ter efeito no desenvolvimento social e desportivo das crianças e adolescente e no processo de reaproximação do institucionalizado com a família.

“Tem sido excelente, o trabalho físico, a psicomotricidade das crianças, o desenvolvimento, a coragem, o não desistir, a força e o acreditar em si, e os pais começam a ter novamente o vínculo”, acredita Humberto Delgado, que frisa ainda que o desporto afasta as crianças de vícios, como drogas.

Neste processo, “que é individual”, de mudança de consciência, de mentalidade, o intuito do centro, segundo o delegado do ICCA, no cargo há meio ano, é criar um projeto de vida, preparando uma criança autónoma para quando sair da instituição.

Tendo em conta o trabalho da instituição, ano passado foi de reconhecimento para Humberto Delgado das práticas institucionais, de conhecimento dos funcionários e de conquista das pessoas.

Este ano considera que haverá mudanças e que os planos ainda estão em andamento, com projetos que passam por maior formação e cooperação com universidades, parceiros e ONG.

“Um dos planos é transformar o instituto numa referência, não só em termos de acolhimento e proteção das crianças, mas também de criação, produção de artigos científicos para universidades, trabalho interligado com universidades estrangeiras, voluntariado internacional e um local onde podemos ter mais formação para todos”, explica.

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