Caracas condena novas sanções do Canadá contra pessoas próximas de Nicolás Maduro

"O Governo da República Bolivariana da Venezuela condena categoricamente a aplicação ilegal de novas medidas coercivas unilaterais que o Governo do Canadá adotou de maneira arbitrária contra altos funcionários do Estado venezuelano", refere um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

No documento, enviado à agência Lusa, o Governo venezuelano explica que "na sua ânsia de demonstrar lealdade para com a agressão imperial contra a Venezuela, o Governo de Justin Trudeau optou por violar descaradamente o Direito Internacional, afundando as relações históricas de amizade entre os povos canadiano e venezuelano, e manchando de indignidade o legado do seu pai, que durante o seu exercício público, sempre demonstrou respeito pela diversidade dos povos do mundo".

"O Governo do Canadá deixou cair a sua máscara ao aplicar quatro rodadas de sanções contra a Venezuela em menos de dois anos, demonstrando assim o seu desprezo pelos princípios sagrados do multilateralismo e dando fé de que a ambição corporativa está por trás do seu calculado apoio à agressão económica e política contra a Venezuela", lê-se na mesma nota.

Segundo Caracas, "ao acompanhar a aventura guerreira e criminosa de Donald Trump [Presidente dos EUA] contra a Venezuela, o primeiro-ministro Trudeau anulou o Canadá como um ator fiável para o diálogo, a diplomacia, a paz e o respeito pela democracia na região".

"A sua aliança com criminosos de guerra que declararam a intenção de destruir a economia venezuelana para infligir sofrimento ao povo e saquear as riquezas do país, evidenciam a atitude hipócrita do governo de Ottawa, em sua impostada preocupação pelos direitos humanos", sublinhou.

O documento conflui afirmando que Caracas "ratifica o seu caráter irrevogavelmente livre e independente, enquanto rejeita e denuncia essas novas agressões do Governo canadiense e faz um chamado à comunidade internacional para que, a partir do respeito pelo Direito Internacional, neutralize as ambições corporativistas e a fúria do governo norte-americano e seus satélites no mundo, contra a Venezuela".

O Canadá anunciou, na segunda-feira, novas sanções contra 43 pessoas próximas do Presidente Nicolás Maduro.

"Em resposta às tentativas do regime de Maduro de fortalecer o seu governo autoritário na Venezuela, o Canadá anuncia hoje a sua quarta série de sanções contra figuras-chave do regime, somando-se aos 70 que já foram sancionados", segundo um comunicado do Governo do Canadá, publicado no seu portal na Internet.

De acordo com o documento, o documento as sanções são aplicadas ao abrigo da Lei de Medidas Económicas Especiais, e foram anunciadas pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Chrystia Freeland.

Os 43 sancionados, acrescentou, são alegadamente "responsáveis pela deterioração da situação na Venezuela" e "são altos funcionários do regime de Maduro, governadores regionais e/ou diretamente envolvidos em atividades que comprometem as instituições democráticas".

"Estas medidas são tomadas em resposta às ações antidemocráticas do regime Maduro, em particularmente relacionadas com a repressão e perseguição a membros do governo interino, censura e uso excessivo da força contra a sociedade civil, minando a independência do poder judicial e outras instituições democráticas", lê-se no comunicado.

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