Irão. Do aliviar da tensão ao risco de uma "guerra acidental"

O porta-voz do ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros afirmou esta segunda-feira que Teerão espera que a tensão na região possa ser aliviada depois dos últimos confrontos com os Estados Unidos. "Não queremos um aumento da tensão", afirmou Abbas Mousavi. Isto na mesma altura em que o ministro das Telecomunicações disse que os ciberataques norte-americanos não tiveram sucesso e em que o vice-almirante da Marinha afirmou que o drone que foi abatido representou uma "resposta firme" que pode ser repetida.

"Todos viram que atingimos um drone não tripulado", disse o vice-almirante da Marinha iraniana. "Posso assegurar que esta resposta firme pode voltar a acontecer, e o inimigo sabe disso".
Guerra acidental
A tensão aumentou nos últimos dias depois de um drone norte-americano ter sido abatido pelas forças militares iranianas.
Em entrevista à BBC Radio, o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros afirmou que o Reino Unido não acredita que quer os Estados Unidos quer o Irão queiram entrar em guerra, mostrando-se no entanto muito preocupado com o facto de que se a tensão não diminuir, o inesperado pode mesmo acontecer.
"Estamos muito preocupados", disse Jeremy Hunt. "Estamos preocupados que possam entrar numa guerra acidental e estamos a fazer todos os possíveis para acalmar as coisas".
O Reino Unido, acrescentou, tem estado em contacto permanente com os EUA sobre a situação da região.
A resposta norte-americana. Ciberataques
Depois de o drone dos EUA ter sido abatido, o Presidente norte-americano prometeu uma resposta firme. Mas um plano para atingir alvos no Irão terá sido abortado à última hora.

Donald Trump chegou a autorizar a operação, mas decidiu recuar “dez minutos antes” por considerar que não era a resposta “proporcional” ao abate de um drone norte-americano e tendo em conta o número de vítimas que esse ataque iria provocar.

Soube-se depois que os EUA atacaram o Irão mas num outro tipo de guerra. Um ciberataque, que já estaria a ser preparado há algum tempo, para atingir as estruturas informáticas militares, em particular os sistemas de lançamento de mísseis.
Esta segunda-feira, o ministro iraniano das Telecomunicações afirmou que esse ataque não teve qualquer sucesso.
"Eles tentaram, mas não conseguiram realizar qualquer ataque com sucesso", disse Mohammad Javad Azari Jahromi.
"Não estou à procura de guerra"
Em entrevista a uma estação de televisão norte-americana, que passou este domingo, o Presidente dos EUA considerou que o Irão está disposto a chegar a um acordo e acredita que Teerão não estava a tentar provocar os EUA quando esta semana abateu um drone norte-americano.
“Penso que eles querem negociar. Acho que querem fazer um acordo. E o meu acordo é nuclear. Eles não vão poder ter uma arma nuclear”, declarou Trump à estação norte-americana NBC. “Eu acho que eles não gostam da posição em que estão. A sua economia está completamente arrasada”, acrescentou.

Apesar de ter já anunciado que irá aumentar as sanções sobre o Irão a partir de segunda-feira, o Presidente norte-americano garante agora que não está “à procura de uma guerra” e disse estar preparado para alcançar um acordo que impulsione a economia iraniana, numa aparente tentativa de diminuir a tensão entre os dois países.


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