Três iniciativas-piloto previstas no âmbito da CPLP MaB incluem a Reserva da Biosfera do Fogo

As três iniciativas-piloto previstas no âmbito da Rede das Reservas da Biosfera na CPLP-MaB incluem a Reserva da Biosfera da ilha do Fogo, disse Joana Dias, do secretariado técnico da rede da CPLP.

As iniciativas-piloto da CPLP MaB são o “turismo sustentável”, “paisagens-alimentares” e “serviços de ecossistemas” e foram apresentadas e debatidas na terça-feira, 12, no quadro do II Encontro da Rede e segundo Joana Dias o interessante nestas três iniciativas é o facto de todas elas incluem a Reserva da Biosfera do Fogo.

Segundo a mesma, existem elementos que unem as três iniciativas, destacando a forma como dialogam e os princípios básicos que estão subjacentes a cada uma delas.

A questão da valorização dos territórios colocando as pessoas em primeiro lugar, enquanto guardiões desses territórios, das paisagens alimentares e do turismo sustentável, sublinhando que o tipo de turismo sustentável que sequer foi uma das grandes questões colocadas para garantir que estes territórios são protegidos e valorizado o património natural e cultural tendo em conta o bem-estar das populações.

Das apresentações das iniciativas, Joana Dias destacou o entusiasmo das Reservas da Biosfera em relação a estas temáticas, a partilha da ideia e a forma como valorizam a identificação destas iniciativas-piloto e a forma como elas interligam-se colocam as pessoas em primeiro plano.

Como recomendações apontou a questão da sustentabilidade deste processo, nomeadamente a importância dos intercâmbios, colocando jovens no primeiro plano, mas também a inclusão dos mais velhos que são aqueles que trazem a memória histórica desses territórios que se está a perder, juntando para um diálogo intergeracional como uma das questões a pensar e a estimular no futuro da Rede da CPLP MaB.

A iniciativa-piloto relacionada com “paisagens alimentares” foi apresentada por Francisco Sarmento e segundo o mesmo, esta iniciativa coloca no centro do processo de preservação dinâmica de reserva, o património e a cultura alimentar, tradicionais e populares, do território ocupado pela reserva.

Segundo o mesmo, representa uma nova abordagem para contribuir para a permanência nos territórios dos agricultores e de todos aqueles que vivem do ecossistema e que são os guardiões destas paisagens e a ligação entre o alimento, a cultura e os recursos naturais das reservas.

A sua implementação não é de todo difícil, pois trata-se basicamente de entender a história daquela paisagem, do papel dos diferentes actores dentro da paisagem de juntá-los para fortalecer a cooperação entre eles e ter o orgulho na identidade territorial, fazendo uma estratégia para a promoção do turismo assente na cultura alimentar.

A paisagem alimentar será implementada pelas pessoas nas próprias reservas, as autoridades, as populações, as entidades gestoras das reservas e, segundo Francisco Sarmento, é apenas uma questão de querer fazer e mobilizar politicamente energias para que isso aconteça.

JR/AA

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