Cabo Verde regista aumento considerável de doentes com insuficiência renal crónica- HUAN

Cabo Verde regista aumento considerável de doentes com insuficiência renal crónica, com maior incidência nos jovens, anunciou hoje a médica Diva Gandy Brito, na qualidade de presidente da Comissão Científica de Diálise, do Hospital Universitário Agostinho Neto.

A médica Diva Brito falava à Inforpress, no âmbito do Dia Mundial do Rim, assinalado hoje, 14 Março, sob o lema “Saúde dos Rins, exame de creatinina para todos” que é “exactamente” a principal forma de diagnóstico dos utentes.

Com o aumento de pacientes com insuficiência renal tem-se registado, segundo esta responsável, um aumento da taxa de pacientes com hipertensão e diabete a iniciar a hemodiálise.
Em Cabo Verde, nos dois hospitais centrais, designadamente Hospital Universitário Agostinho Neto, na cidade da Praia, e o Hospital Baptista de Sousa, no Mindelo, existem neste momento 257 pacientes em tratamento de diálise, sendo 144 na capital, e 113 em São Vicente.
A nível mundial, segundo Diva Brito, o objectivo é ter políticas inclusivas de cuidados, para que todos tenham acesso ao diagnóstico e ao tratamento adequado.

“Em Cabo Verde estamos neste âmbito, por causa do aumento da prevalência de casos de insuficiência renal, temos a necessidade divulgar mais informações para que as pessoas tenham um cuidado diferenciado em relação à saúde dos rins”, realçou.


A mesma fonte sublinhou a importância de se falar dos factores de risco, de como prevenir a doença renal crônica e de como é importante fazer a detecção precoce, principalmente para retardar o início da diálise.

“Os principais factores de risco que nós temos é a hipertensão e a diabete, são factores que podemos controlar, mas que infelizmente estamos a ver através dos resultados que não tem sido possível”, apontou.

Quanto ao transplante de rim que visa essencialmente possibilitar que as pessoas  vivem atualmente com doença renal crônica tenham uma outra forma de tratamento, adiantou a presidente da Comissão Científica de Diálise que isso tem traduzido em esperança para os doentes, pelo que almejam a sua implementação no país.

“Porque a doença renal tem impacto muito a vida dos doentes a todos os níveis, econômico, social, familiar, então estamos esperançosos que isso aconteça a curto prazo para mudar este cenário, não é uma cura, é mais uma forma de tratamento”, destacou.


No entanto recomenda a mudança de estilo de vida, a prática de exercício físico, uma alimentação saudável, beber muita água, reduzir o consumo de sal, fazer exames, controlar diabetes e hipertensão, não fumar e limitar o consumo do álcool.


Em todo o mundo, estima-se que mais de 850 milhões de pessoas vivam com doença renal crónica, que terá provocado mais de 3,1 milhões de mortes em 2019. É actualmente a oitava principal causa de morte e as previsões apontam para um agravamento dos anos de vida perdidos até 2040.

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