Centro de Cuidados Paliativos é projecto misericordioso que brota do sofrimento no fim da vida

Ao anunciar a inauguração no próximo domingo, 18, do CCP, o presidente da Fundação Padre Ottavio Fasano disse que se trata de uma iniciativa que representa “um marco importante” na promoção da dignidade humana e no cuidado compassivo nos momentos finais da vida.
O projecto, de acordo com a mesma fonte, nasceu da “visão misericordiosa” do padre Ottavio Fasano, em “profunda sintonia” com os princípios do movimento internacional de cuidados paliativos.
Inspirado pela compaixão cristã e pela missão de garantir apoio integral aos doentes terminais, o centro é fruto de uma parceria entre a Fundação Padre Ottavio Fasano e a Associação Missionária Solidariedade e Desenvolvimento (AMSES Onlus).
Trata-se de uma organização não lucrativa italiana dedicada à promoção do desenvolvimento social e espiritual, ambas comprometidas com o desenvolvimento social e espiritual da população cabo-verdiana.
“Este projecto concreto e misericordioso brota do sofrimento no fim da vida”, destacou a fonte, que acrescentou que o projecto surgiu para dar resposta ao momento em que se ouve a frase “não há mais nada a fazer” e é nesta fase que surgem inúmeras dificuldades.
Os cuidados paliativos “garantem a dignidade do homem até ao seu último suspiro”, partilhando todas as escolhas com o doente, garantindo a sua autonomia, referiu, sublinhando que é neste momento que os cuidados paliativos se tornam fundamentais.
O centro adopta uma abordagem “holística e multidisciplinar”, tratando não apenas os sintomas físicos, mas também os aspectos emocionais, psicológicos, sociais, culturais e espirituais do paciente, com médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, assistentes espirituais e voluntários.
Estes trabalham em conjunto para oferecer a melhor qualidade de vida possível ao doente e apoio contínuo à família durante o período de internamento e, posteriormente, apoio no processo de luto.
Os familiares são parte activa do processo de cuidado, terão acesso livre ao centro e podem pernoitar junto ao ente querido e participar directamente do acompanhamento, num ambiente “cuidadosamente planeado” para acolher e confortar.
A esperança é que esta “semente” lançada na ilha do Fogo floresça e contribua para disseminar uma cultura de cuidados paliativos em toda a África, reforçando o respeito à vida até o último instante, de acordo com a Fundação padre Ottavio Fasano.