Segundo relataram à Inforpress, a situação é marcada pela ausência de pavimentação, rede de esgotos, tubagem de água e pela presença de uma vala aberta há vários anos, que atravessa a zona e representa um obstáculo diário para quem ali vive e trabalha.

“Já vivo aqui há 30 anos e esta zona está completamente esquecida. Estamos perto de tudo, mas não temos nada. Criaram uma vala que divide o bairro ao meio, e hoje ninguém consegue passar por ali. Começaram as obras e depois abandonaram. Nem uma passadeira temos”, lamentou uma moradora que mantém um pequeno comércio local.

Segundo contou, devido à dificuldade de acesso, o próprio marido instalou dois postes improvisados para que os clientes pudessem atravessar a vala e continuar a frequentar a loja.

“Esta situação está a agravar o nosso dia-a-dia, as pessoas têm medo de passar e os taxistas recusam-se a vir até aqui”, afirmou.

Ainda segundo a comerciante, a má condição da estrada tem afectado até o funcionamento do transporte informal. Como contou, no dia da Primeira Comunhão do filho, chamou um táxi, mas o condutor alegou não conhecer a zona.

Para ela, a justificativa estava relacionada ao estado da estrada, uma vez que muitos motoristas evitam deslocar-se até ao bairro, o que contribui para o seu crescente isolamento.

Santinha Lopes, outra moradora, partilha da mesma preocupação, afiançando mesmo que Tira Chapéu é hoje uma zona com cada vez menos movimento, onde a lama, a terra batida e a vala abandonada criam um ambiente de degradação.

“Temos vergonha desta rua. Já falei com um deputado que conheço, e ele disse que já colocou o problema ao presidente da câmara e que há orçamento previsto. Mas até hoje não vimos nada. Monte Vermelho já foi remodelado três vezes, aqui nunca fizeram nada”, reclamou.

Além da questão da estrada, Santinha alerta para problemas de infiltração nas habitações pois, segundo explicou, a parede da sua casa está constantemente ensopada, devido à ausência de esgoto e de tubagem de água na frente da rua. 

Acrescentou ainda que as fossas, localizadas atrás das casas, estão descontroladas e apela por apoio, afirmando que “era melhor que nos ajudassem”.