A informação foi avançada pelo ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, à margem de uma conferência de imprensa para o balanço da participação do país na 75.ª Sessão do Comité Regional da Organização Mundial da Saúde para África.
De acordo com o ministro, a equipa multidisciplinar retomou os trabalhos com base num plano de contingência elaborado em 2023, que será agora cztualizado à luz das orientações mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Ontem estivemos num trabalho interno no Ministério para reativar a equipa técnica de resposta rápida à introdução do Mpox. (...) Hoje já temos o plano, já foi elaborado ano passado e determinamos que esse plano fosse actualizado rapidamente", afirmou o governante, assegurando que o plano prevê acções de prevenção nas fronteiras, nos hospitais e nas delegacias de saúde.
Entre as medidas imediatas estão o reforço da vigilância nas fronteiras marítimas e aéreas, a capacitação dos profissionais para o diagnóstico precoce e a activação das medidas de contenção, além da possibilidade de vacinação, conforme os critérios definidos pela OMS.
O ministro explicou que, com a identificação de um caso no Senegal e a facilidade de circulação na região, existe uma "elevada possibilidade" de o vírus chegar a Cabo Verde.
Nesse sentido, será feita uma reciclagem formativa direccionada a médicos, enfermeiros e técnicos de saúde, especialmente nas ilhas que possuem aeroportos internacionais, consideradas as portas de entrada mais prováveis do vírus.
"A ideia é manter activo todo o sistema, de modo a poder reagir com rapidez, programar a resposta e condicionar a sua propagação em Cabo Verde. O Hospital já esteve preparado o ano passado, como não houve nenhum caso, vamos neste momento começar ou recomeçar a formação de uma reciclagem formativa", explicou Jorge Figueiredo.
O responsável destacou ainda que, apesar de Cabo Verde nunca ter registado casos de Mpox, é crucial "refrescar a memória" dos profissionais de saúde quanto ao comportamento clínico, terapêutica e às medidas preventivas adequadas.
O Ministério da Saúde e da Acção Social do Senegal confirmou, a 23 de Agosto, um caso de Mpox em Dacar. O paciente, um cidadão estrangeiro que entrou no Senegal a 19 de Agosto, foi internado no dia 21 no Hospital de Fann com sintomas da doença.
Um estudo recente, publicado na revista Cell, indica que a nova variante do Mpox é transmitida principalmente entre humanos, diferentemente da versão mais antiga que era transmitida sobretudo por animais.
Actualmente, várias epidemias de Mpox estão em curso na República Democrática do Congo e em países vizinhos, impulsionadas por duas versões diferentes do vírus: o clado 1, que circula há décadas, e o clado 1b, uma nova variante.