Défice da balança comercial de Cabo Verde volta a agravar-se em abril

De acordo com o relatório estatístico mensal do Comércio Externo do INE cabo-verdiano, este resultado foi agravado pelo aumento nas importações, que cresceram 3% em abril, em termos homólogos, para 7.933 milhões de escudos (72 milhões de euros). Já as exportações aumentaram 20,2% no mesmo mês, para 587 milhões de escudos (5,3 milhões de euros), enquanto as reexportações caíram 23,4%, para 1.839 milhões de escudos (16,7 milhões de euros).

Com este desempenho, a balança comercial de Cabo Verde voltou a ser negativa em abril – como em todos os meses anteriores -, em 7.346 milhões de escudos (66,7 milhões de euros), contra o défice de 7.212 milhões de escudos (65,5 milhões de euros) no mesmo mês de 2022.

Cabo Verde importa cerca de 80% dos alimentos que consome, segundo dados anteriores do Governo, devido à seca que afetou o arquipélago nos últimos quatro anos, e a produção de 80% da eletricidade ainda é dependente de centrais a combustíveis fósseis, o que obriga à importação de combustíveis refinados.

Em abril, a Europa manteve-se como “o principal cliente de Cabo Verde”, absorvendo 94,9% do total das exportações cabo-verdianas, nomeadamente Espanha (46,8%), Itália (29,5%) e Portugal (17,1%), e essencialmente produtos preparados e conservas (74,5%), segundo o INE.

Nas importações, o continente europeu continuou a ser, igualmente, o principal fornecedor de Cabo Verde, com um peso de 74,4% do total, sobretudo a partir de Portugal (48,1%) e Espanha (14%), além da Arábia Saudita (5,3%) e dos Países Baixos (4,5%).

As importações de Cabo Verde aumentaram 25,5% em todo o ano 2022, enquanto as exportações diminuíram 3%, relativamente ao ano anterior, divulgou anteriormente o INE.

De acordo com os dados do comércio externo, em 2022 as exportações de Cabo Verde totalizaram 5.016 mil milhões de escudos (45 milhões de euros), correspondendo a um decréscimo de 3,0% face ao período homólogo.

No ano em estudo, a Europa continuou a ser o principal cliente de Cabo Verde, absorvendo 93,8% do total das exportações do país, um ligeiro aumento em relação ano anterior, que foi de 92,1%.

Cabo Verde recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19. Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 e 17,7% em 2022, impulsionado pela retoma da procura turística. A Semana com Lusa

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