Pilotos não cumpriram requisição civil por falta de condições

Segundo Edmilson Aguiar, dos oito pilotos solicitados, quatro não apresentavam condições para voar, dois pilotos estavam de baixa médica e de folga, um encontrava-se fora do país a frequentar um simulador e outro tinha a licença caducada.
O sindicalista destacou que perante estas condições a operação não poderia ser realizada e insistiu que não se trata de uma questão de má vontade, mas sim de segurança operacional.
“Num ambiente crispado e de tensão, não é recomendável forçar os pilotos a operar voos. O sector da aviação é extremamente sensível e exige condições físicas e psicológicas adequadas para garantir a segurança de todos”, afirmou.
Edmilson Aguiar explicou ainda que, por essa razão, o sindicato optou por não negociar serviços mínimos durante o período de greve.
Adiantou ainda que a direcção das operações de voo não foi consultada e foram requisitados quatro pilotos que não estavam em condições de fazer voos.
O dirigente sindical explicou que qualquer imposição sem garantir as condições exigidas pelos manuais aeronáuticos e operacionais da TACV representa um risco.
“Se o piloto declara não estar em condições, mesmo sem avaliação médica formal, não pode ser obrigado a voar”, sublinhou.
Por seu lado, o presidente do conselho de administração da TACV, Pedro Barros, confirmou que o voo não foi realizado por falta de tripulação.
“Precisávamos de um comandante e de um copiloto, tentamos posicionar uma tripulação que estava em Lisboa para operar o voo a partir de Itália, mas o copiloto não estava em condições”, explicou.
Pedro Barros garantiu que foram discutidos os serviços mínimos com os sindicatos, mas a requisição civil foi uma medida do Governo para assegurar o transporte de passageiros.