Formação da Associação de Peixeiras do Mindelo ajudam 16 pessoas a ler e escrever

Em declarações à Inforpress, a técnica de projectos da APM, Diandra Monteiro, explicou que o projecto, denominado “Alê k goste” (Ler com gosto, em português), iniciou-se em Novembro de 2024 e será encerrado na sexta-feira, 30 com a entrega de certificados aos referidos formandos.

“Alê k goste”, explicou, está integrado no projecto abrangente “Amdjer d´txeu luta” (Mulher de muita luta, em português) que objectiva melhorar a situação dos seus associados através de uma pesca “inclusiva, sustentável e acessível”.

“Vamos fazer o encerramento da formação em São Pedro e ideia é promover um intercâmbio com os alunos da escola dessa comunidade em que os formandos vão falar sobre a sua experiência e do impacto que ler e escrever causou nas suas vidas”, explicou a mesma fonte.

Diandra Monteiro indicou que ao longo do processo de alfabetização os formandos beneficiam de sessões sobre diversas temas como a Violência Baseada no Género (VBG) e com leitura de textos sobre VBG, de modo a que sentissem mais sensibilizados e familiarizados com o tema.

Ao longo desses seis meses de formação, ministradas com três aulas de duas horas por semana, segundo Diandra Monteiro, foi possível verificar uma “grande evolução” dos formandos que se “tornaram mais independentes” e muitos já conseguem comunicar-se através de mensagens escritas com os familiares nas redes sociais.

“Neste momento, já temos peixeiras e tratadores de peixe que não sabiam ler e escrever e que agora já conseguem ler algumas palavras, formar frases e se comunicar melhor com os seus familiares. É visível o orgulho que sentem, os seus olhos brilham, porque este projecto lhes deu uma certa autonomia que antes não tinham”, avançou.

A mesma fonte informou ainda que o projecto “Amdjer d´txeu luta” será encerrado em Setembro e a APM vai iniciar um novo, denominado “Um mar de comunidades”.

Este vai abranger os mesmos temas e resultados do primeiro, além de integrar a área de turismo sustentável, pelo que não descarta uma segunda fase do curso de alfabetização para reforçar as aprendizagens das peixeiras e tratadores de peixe.

Para a peixeira Marlice Andrade, 46 anos, que integrou o grupo de formandos, a alfabetização ajudou-a a desenvolver as suas capacidades porque, apesar de saber fazer contas, tinha dificuldades em ler e escrever.

“Vamos terminar na sexta-feira e estou contente porque vou receber o meu diploma. Aprendi muito porque eu tinha dificuldades em ler e escrever e já consigo ler um pouco. Essa formação despertou o meu desejo de aprender mais e por isso vou continuar nas aulas de alfabetização de adultos à noite”, projectou a peixeira.

Categoria:Noticias