Primeiro-ministro garante que aeroporto internacional de Santo Antão “vai ser uma realidade”

“Não vai ser um aeroporto em competição com o de São Vicente ou com os outros. Vai ser um aeroporto para permitir a ligação directa do resto do mundo com a área de Santo Antão”, reforçou.

Ulisses Correia e Silva salientou que já existem manifestações de interesse por parte de grupos hoteleiros de referência, que admitem investir em novas unidades na ilha, desde que exista uma infraestrutura aeroportuária adequada.

O primeiro-ministro classificou o futuro aeroporto como um “instrumento essencial” para dinamizar a economia e “combater” a perda populacional da ilha.

“Esta questão de perda de população, de saída da população, resolve-se com a economia. Com mais capacidade de criação de emprego, com mais atratividade, com mais rendimento, seguramente o inverso irá acontecer”, afirmou, demonstrando confiança de que Santo Antão pode, nos próximos tempos, alcançar uma “dinâmica económica forte”.

No que toca ao turismo, Ulisses Correia e Silva reforçou a ideia de que Santo Antão deve manter a sua autenticidade e apostar num modelo sustentável, de qualidade e não massificado.

“O turismo aqui em Santo Antão não vai ser nunca um turismo de massa ou de procura de sol e praia. Aqui as praias são limitadas. É esse tipo de turismo ajustado à natureza e à cultura da ilha que vai desenvolver-se e ganhar escala”, disse.

O primeiro-ministro acredita que, com o tempo, será possível ultrapassar a marca dos 100 mil visitantes, o que terá “impactos positivos” na economia local.

Além do aeroporto, segundo a mesma fonte, o Governo está a investir noutros projectos estratégicos, como o novo centro de inspeção e embalagem de produtos agrícolas na zona portuária do Porto Novo, actualmente em fase de conclusão, uma infraestrutura que segundo Ulisses Correia e Silva referiu que irá “melhorar” a logística de distribuição de produtos agroalimentares e da pesca para as outras ilhas.

No âmbito da economia azul, o primeiro-ministro apontou a pesca sustentável, o mergulho e a pesca desportiva como áreas de elevado potencial.

“É um segmento de alto valor e Santo Antão tem as condições para o fazer acontecer”, disse, referindo-se ao exemplo já observado em São Vicente.

Sobre a descentralização e o reforço do poder local, Ulisses Correia e Silva lembrou que vários diplomas estão em debate no parlamento, nomeadamente o novo regime financeiro das autarquias locais e a reforma do imposto sobre o património e sublinhou, contudo, que a concretização de algumas medidas depende de maiorias qualificadas, pelo que apelou à celeridade e compromisso das forças políticas.

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