Literacia pode minimizar impactos da desinformação e promover inclusão digital

Esta visão foi partilhada pelo professor universitário Nuno Andrade Ferreira, pelo coordenador da Cabo Verde Digital, Milton Cabral, e pela representante da Woman in Tech, Vanine Spencer, a propósito do painel “Acesso inclusão de mulheres nas TIC, direitos digitais e democracia na Era Digital”, integrado no V Fórum da Governança de Internet de Cabo Verde, realizado pela Agência Reguladora Multissectorial da Economia (ARME), em São Vicente.

Segundo Nuno Andrade Ferreira, actualmente as pessoas estão mais conscientes sobre a “enorme complexidade” associada às plataformas digitais e ao desenvolvimento destas tecnologias de comunicação. 

Por outro lado, observou que em outros países o desenvolvimento da tecnologia e destas plataformas transformaram-se em “verdadeiros espaços de debate público, de factor de ilusão das instituições e ilusão da confiança das pessoas na democracia”. 

Portanto, explicou, não descurando as vantagens, o debate centra-se actualmente naquilo que são os efeitos potencialmente nocivos dessas plataformas digitais. 

Conforme a mesma fonte, Cabo Verde tem sido um país que tem beneficiado da oportunidade de poder ver aquilo que são as grandes tendências que acontecem lá fora. 

Um dos exemplos, clarificou, é o fenómeno da desinformação, que começou “muito premente” noutras geografias até chegar em Cabo Verde. 

Mas, actualmente, sintetizou, a nível nacional já se consegue perceber o que é que se está a fazer lá fora, quer do ponto de vista do problema, quer do ponto de vista da resposta ao problema e tentar agir.

Pelo que, para o professor universitário e investigador um dos caminhos que se deve seguir é apostar na literacia das pessoas, na literacia mediática e na literacia digital, que são as ferramentas duradouras e capazes de desvalorizar o poder social da desinformação, do discurso de ódio e demais fenómenos.

Segundo Nuno Andrade, ao apostar na literacia mediática e digital, que é o “único caminho duradouro e constitucional”, as pessoas terão as ferramentas e as competências necessárias para passar por cima e lidar com as questões de desinformação e discurso de ódio e “o problema será muito menor”. 

Por sua vez, o coordenador da Cabo Verde Digital, Milton Cabral, sustentou que para promover uma maior inclusão digital das pessoas Cabo Verde terá que apostar necessariamente numa combinação de vários factores, desde a literacia digital, ou do acesso ao conhecimento básico sobre a utilização e o potencial do digital para gerar valor, até à capacidade de produzir tecnologia pelo próprio País.

Conforme a representante da Woman in Tech, Vanine Spencer, em Cabo Verde 68 por cento (%) de pessoas do ensino secundário são meninas, no entanto, somente 27 % delas é que seguem a área das tecnologias digitais no ensino superior. 

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