Cabo Verde reafirma compromisso com tolerância zero contra crimes de abuso sexual de menores

A declaração de Ulisses Correia e Silva foi proferida no Palácio do Governo na abertura do “III diálogo de alto nível sobre violência sexual contra crianças e adolescentes”, que contou com a presença de várias autoridades ligadas a crianças e adolescentes.
O primeiro-ministro reforçou que o país já possui instrumentos essenciais, como o Plano de Ação Nacional e a Estratégia Nacional de Prevenção da Violência Sexual, destacando, contudo, os desafios impostos pela rápida evolução do uso das redes sociais e o impacto do digital.
"Precisamos estar atentos aos perigos invisíveis do mundo virtual, onde muitos abusos começam com a palavra", afirmou.
O governante disse ainda que é importante que este diálogo aberto e construtivo se faça com o envolvimento dos vários actores e na conjugação de esforços, pois exige atitude, perseverança e uma determinação “muito forte” ao longo do tempo.
As autoridades destacaram a urgência de acções coordenadas para erradicar a violência sexual e assegurar um futuro seguro para as crianças do país.
Durante a cerimónia de abertura, o director Nacional das Aldeias SOS, Ricardo Andrade, pôs tónica na importância do encontro como um "compromisso colectivo com a dignidade, segurança e futuro das nossas crianças", enfatizando a necessidade de respostas firmes e coordenadas para combater esta ferida social.
A embaixadora da União Europeia em Cabo Verde, Carla Grijó, também sublinhou a relevância deste diálogo, afirmando que a prevenção e o combate ao abuso sexual infantil exigem uma resposta “integrada e estruturada”, envolvendo a sociedade civil, o Governo e outros actores essenciais.
"Tolerância zero significa acção total", frisou a diplomata, enfatizando a urgência de ouvir as vítimas e responsabilizar os agressores.
A União Europeia, através do projeto "JuntaMon", reafirmou o seu papel como facilitadora e parceira activa, comprometendo-se a continuar o apoio a iniciativas que promovam a prevenção e o tratamento das vítimas.
O evento é promovido pela União Europeia e visa consolidar os avanços já alcançados e identificar novas prioridades, reforçando a colaboração multissetorial na prevenção, combate e proteção das vítimas.